Plebe

Plebe

Rendo-me à plebe,

Pois à plebe pertenço.

Sou simples, honesto,

Mas forte e venço.

Quando for à luta

Dispenso as lágrimas,

E o tremular do lenço.

Sou simples, humilde,

Mas forte e venço.

Rendo-me à plebe,

Pois à plebe pertenço.

Lampeje humilhando:

Oh, pobre humano perdido.

Sou simples, capaz,

Forte pra servir minha pátria.

Pátria minha tão carente

De bons filhos

Humildes e honestos.

Só Amor

Só amor

Se amar

É tão bom,

Viver só porque?

Se amar é

Tudo

Quero ficar com você.

Floradas da Esperança

Floradas da Esperança

Nas floradas do Ipê

Vi sonhos mortificados.

Contacontando a história

De um ser humano

Que tudo fez por sua pátria:

Amou, viveu, lutou

Na realização de seu ideal.

Chegou a presidente,

Mas só esperança cravou.

Nas floradas do Ipê

Vi sonhos mortificados.

Cravou também lágrimas,

Agonia do povo no peito.

Agora descansa em seu leito

De folhas verde-amarelas.

São João Del Rey

De lembranças tristes

Brasil de esperanças belas.

Metamorfoses

Metamorfoses

Metamorfoses sofri,

Aprendi a oculta responsabilidade.

Agora o que mais me comove

É ver minha cidade

Na maior demonstração

Da esperançosa magnitude

Do cotidiano imutável.

A vida começa a cada dia,

Apesar de toda tristeza, crueldade.

Acima das cabeças, dos monumentos,

As estrelas reluzem

Noite após noite

Esperançando corações aflorados

De perdidas aventuras.

Apesar da frieza das palavras,

Podemos edificar um mundo melhor

Com bonitezas divertidas,

Com perfume de rosas

E saudades escondidas

Num horizonte real

Enxergar a luz prateada

Da estrada minha.

No meio da vida

Passará um viajante

Expressando alegria

Melodramática do esquecimento

Da razão.

No meio da vida

Haverá uma pedra,

Aí começarei tudo de novo,

Erguendo um estandarte

Da adorável existência

De humanos resolvidos pelo amor e paz,

Condenando os mesquinhos

Sentimentos de destruição.

Recomeço

Recomeço

O vento passou

E toda a procela

Com ele levou,

Deixando somente o distante,

O que restou.

Levou as náuseas,

Levou a tristeza.

Só ficou saudade

Da doce princesa.

Disponho-me a tentar.

Sempre pensando

Em outros sonhos começar.

Tentar todo dia,

Sem enganos cometer

Para não mais sofrer.

Notre Dame

Notre Dame

França dos sonhos

Alimentados

De história e beleza.

Patrimônio Luz

Que inspira

E faz viver

Poetas, bruxas,

Artistas, loucos...

Louco por ti

Sou,

França de glorias,

Conquistas

E da funesta

Queima de Notre-Dame,

Destroços da reluzente

E obscura

Cultura de crenças,

Amores perdidos,

Confissões da santa semana,

Onde a matéria

Parece em destaque

Acima da perda

Insana

Da alma

Cuidadosa

Do renascer

Que se proclama.

Barro de Brumadinho

Barro de Brumadinho

O barro desmanchou

O morro

Antes rico,

Agora? Funesto.

Quando haverá o despertar?

Ganancia, poder, dinheiro

Não levam a nenhum lugar

Somos muito maiores

Que isso tudo.

Basta querer solidarizar.

Quero

Quero

Quero a paz

Pra que possa viver.

Quero a vida

Pra que possa amar.

Quero o amor

Pra que possa esperançar.

Quero esperança

Pra que possa em você acreditar.

Quero você

Pra fascinar meus sonhos

De um futuro risonho

Sem palavras de ilusão.

Quero você

Pra tomar conta do meu coração.

Com o fascínio

Do sol abrilhantando

Toda a Terra.

Solidão Interiorana

Solidão Interiorana

Amei mais cedo,

Quando na tenda

Desejoso acordei

De calor humano,

Na solidão dos lugares

Da terra brasileira.

Senti vontade inteira

De sugar bravios ares

Do amor interiorano

Quando devagar andei.

Na cidade da fenda

Esvai-me com medo.

Pedacos de Minas

Pedaços de Minas

Feito pedaço de cultura:

Vivida por Mineiros

Vívida por menestréis.

Vivida pelas esculturas

Vívidas por esperanças futuras.

Vivida por várias raças

Vívida de simpatia e graça.

Feito pedaço de terra:

Minas Gerais

Sem discórdia nem guerra

Apenas muita paz.

Feito pedaço de país:

Vivido pelos trabalhadores gerais

Vívido por glorias futuras e de tempos atrás.

Vivido por simples pessoas

Vívido por musicas boas.

Vivido pelo mágico luar

Vívido pelo sentimento de amar.

Feito pedaço de terra:

Minas Gerais

Verde-amarela

Pátria da paz.

Poesias

Poesias

Poesias, não as tire de palavras.

Poesias, não as tire de poesias.

Não faças de ensinamentos coisas vazias,

Não faça que o tudo valha nada.

Poesias, tire-as de idéias.

Poesias, sangre-as do coração.

Não se iluda com a ilusão,

Construa a esperança na nossa colméia.

Poesias, não as tire de palavras.

Poesias, tire-as das lições da vida.

Faça da entrada uma saída,

Faça do fogo a água.

Poesias, tire delas alegria.

Poesias, tire delas o saber.

Diga segredos do íntimo do ser

Para originar dia-a-dia a chamada Poesia.

Cabeça Cigana

Cabeça Cigana

Essa cabeça cigana,

Minha sina.

Uma palavra engana

Minha solidão.

As idéias rolam

Sobejas e triviais.

E você sempre volta

Com os mesmos palpites

Dilacerantes de soluções iguais.

Onde foi que eu disse?

Ainda vivo sonhos

Que você não imagina.

Já pensei nisso tudo

Sem te chamar

Pra ver o alvorecer

Da alegria no meu peito.

Minha cabeça cigana,

Essa sina.

Você diz que ama

E neblina ...

Nosso amor vai queimar

Funestamente no inferno.

Verei você chegar

Com palpite interno.

Na poluição verei

Seu imundo branco dos olhos

Vermelhar e você desaparecer.

Filmes para o coração ...

Não sei se escolho

A bela ou a leoa.

Acho que vou ficar

Simplesmente na dúvida

Com a cabeça cigana

De idéias sobejas.

Com sonhos não imagináveis

De alvorecer alegria.

Nosso amor no inferno

Com poluição escura

Entre amar e neblinar.

Para os Namorados

Para os Namorados

Ar!

Descobri que me falta ar.

Este ar que tu respiras

E que tanto me faz bem.

Ar, quero o ar

Que emana

De ti, quando estou

Sem saudade.

Saudade

Que consome os anos

Que nos separa

Do encontro

De dois corações.

Anos que transformarão

Os dois corações

Em um,

Numa fusão completa

Indestrutível e bela.

Mesmo “longe”

Vivo contigo.

Sonho momentos

De felicidade

Em que nossos olhos

Se cruzem dia-a-dia e

Que a mão de um,

Apóie a do outro.

E que este amor,

Dentro deste único

Coração,

Só realize ações boas

E construa uma vida

Cheia de histórias a contar.

Novo Dia

Novo Dia

O povo

precisa de

Governantes,

O povo quer

se sentir bem,

Quer ser feliz

E ter seu

Próprio arco-íris.

O povo quer paz

Consigo mesmo.

O povo quer

Ser livre e

Trabalhar para

Um mundo

Melhor.

O povo quer

O paraíso,

Mas o paraíso

Precisa de governo,

E não só de governantes.

O paraíso

Precisa de ordem

Para ser construído.

O povo

Quer justiça,

O povo quer

votar

Na democracia

De novo dia.

Epiteliais

              

Epiteliais

Clarearam-se coisas

Erradas, confusas,

Mofadas nos anos

Ausentes, verdes,

Andados nas estradas

Poeirentas, gastadas.

Esquecer-se-á sons espalhados,

Atingir-se-á sons unitários,

Pelos tempos vindouros serão corroídos

Os vãos preconceitos epiteliais.

Esqueceram-se belos sons virgens,

Criaram-se alucinantes sons maquinais.

Pelos tempos serão corroídos

As belas emoções epiteliais.