Vendaval

Vendaval

É este vento,

Com perfume

De outro ano

Chegando lento

Pra festa do branco,

Que esperança traz,

Sem profunda mudança

Nas humanas vidas

Escritas na areia,

Pra que mais tarde

Não se evoque a saudade.

É este vento

Trazendo saudade

Das vidas humanas,

Mesmo na areia escritas.

Saudade

De atos e palavras malditas,

Que são passados

Neste ou naquele lado

Da montanha

De anos vividos

E não sonhados.

São chegados os tempos

Dos grandes sentimentos

Que modificarão

O brilho solar

E o lunar refletir,

A razão do pensar

E o impulso do coração.

Natal

Natal

Jesus nasceu,

Este é um bom sinal,

Estrelas reluzem,

É tempo de natal.

Jesus nasce,

Vem esfriar o mal,

Todos contentes,

Pois é tempo de natal.

Jesus sempre nascerá,

Esta é uma certeza,

Uma certeza do futuro,

Pois Ele sempre reinará.

Jesus eterno,

É bom pelo que Ele faz.

A guerra se extinguirá,

Pois natal é tempo de paz.

Poetando

Poetando

Viva poesia

A poesia é viva

Enquanto vivo estiver

A poesia será viva

Sempre:

Escrevo

Altero

Risco

Rasgo

Venero

Enterro

Sinto

Escondo

Publico

Engaveto.

Vivo a poesia,

A poesia omito,

Canto

Amo

Escravizo.

Enquanto vivo

Fico

À luz do SOL

Ressuscito,

E a poesia que sinto,

Vem em socorro

Do sobrevivente dos dissabores

Sofridos no cume da vida,

E que a poesia viva

E viva sempre

Quando o corpo morra

E o espírito se liberte,

Congelando as palavras

Da viva poesia

Cultivadas na memória

E na alma sentida.

Amanhecer Real

Amanhecer Real

Amanheci com vontade

De escrever,

Mas falta-me papel

Do sentimento mais bonito

Que alguém pode ter.

Amanheci com vontade

De ser feliz,

Mas falta-me amor,

Amor perdido

Que ninguém quis.

Amanheci com vontade

De lembrar tudo que fiz,

Mas só tenho papel,

Muito papel pra ler e ser feliz.

Vegeta Noite

Vegeta noite

A noite chega

O escuro cobre o céu...

A estrela que vinha escondida

Vai descortinando sua luminosidade

Para o mundo conhecer

A força da vida brilhante

Sobre a imensidão enegrecida

Da humanidade que vegeta

Ante as vicissitudes intransponíveis

Pelos obscuros espíritos.

Andarilho

Andarilho

Chegou ele de uma viagem

Onde o desligamento

Dos sonhos perdura

Por toda uma vida.

A vida tão incompreendida

Pela juventude

Que necessita conhe-

Cer todos caminhos certos ou errados.

Caminhos certos

 Que insistem em resistirem

Ocultos dos analfabetos espirituais.

Chegou ele de uma viagem

Por um caminho errado

Onde a realidade

Permanece abafada por névoas

Enegrecidas, baseada

Que é, na incompreendida

Vida.

Vivemos

Vivemos

Tac-ful

O som que ventila

Os ouvidos à meia-noite.

Respiro e nutro

Esperanças dum amanhã

Ensolarado e sem graça.

Tic-run

Um som estranho,

Talvez um relógio que corra

Ou um carro que badale.

Sombra desgruda

E cria vida criativa

Para contentar

A claridade que persiste

Em desconhecê-la filha.

Olho o pássaro

Do pânico sem motivo,

Estamos vivos

E daí

Vivemos.

Maravilha

Estarmos vivos

E poder recomeçar,

Ouvir o ensolarado

Amanhã esperançoso

De um pássaro

Sem pânico,

Pois,

Vivemos

E isto importa.