sexta-feira, 28 de junho de 2019

Desejos Consoantes




Desejos Consoantes


Tem pressa o poeta
O poeta tem pressa.
Tanto a dizer,
A falar, a amar.
A estrela continua a
Sina de guiar.
Ao longe vejo
Novos rumos
Verdejantes
Que vão concretizar
Desejos consoantes,
Nova vida,
Nova sina
Quem sabe dessa
Vez o Arquiteto Maior
Faz de mim
Uma pessoa que aprende
E também ensina?

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Educacao


Educação


É verdade,
Não minto não,
Festa boa é na minha cidade
Tem curau e quentão,
Tem espaço pra toda idade
E todos tem educação.

Diferente de uns e outros
Que fazem festa
Sem o devido preparo
Pra receber gente modesta.

Falta organizar
E mesmo assim não é certo
Que agrade a toda gente.
Organizar só, não basta,
Pois é triste ver
Esses humanos iguais a traças.

Falta muito pra evoluir
Falta riso, falta graça,
Mas vou publicar:
Feliz é o povo
Que a educação enlaça.

Depois ainda ouço,
Pois surdo não sou
Que precisamos de governo
Pra alcançarmos o topo.

Governo só existe
Quando na educação persiste,
No presente investe
Prum futuro inconteste.

Simples atos do cotidiano
Denotam que diante de fatos,
Sem melhora evidente,
Já se foram muitos anos
Sem educação pra essa gente.

É triste ver
Idosos diabéticos
Ensinar as crianças
Que mais importante
É levar vantagem:
E ser como traças selvagens,
Estacionar em qualquer vaga,
Comer até ficar doente,
Cortar fila e disfarçar,
Dar risada sem se importar
Com qualquer ato inconsequente.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Brilho



Brilho

Há perfume nas flores,
Há flores no jardim.
Você é perola de vida
Brilhando só para mim.

Há perfume na vida,
Há vida em tudo.
Brilhei e você não viu,
Brilhei eternizando meu mundo.

Há perfume na vida,
Há em tudo alegria.
Começo a viver
 A partir de minha poesia.

Há perfume nas rosas,
Nas rosas há espinhos.
Começo a perceber
Como é áspero e belo o caminho.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Barreira Extinta





Barreira Extinta


Fria noite de inverno,

Gritou-se uma agonia.

Tombou mais um Madeira

Diante de minha miopia.


O tronco da geração

Extinguiu a barreira...

Está vivo o amor

Florescente no coração.


Uma estrela a mais

No escuro grande teto

Ofuscado pela neblina

Radiante do Divino Arquiteto.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Desenganos


Desenganos

Frente ao céu vejo este azul manto
Que estampa alegre vivenda
Dum anjo bondoso. E o tal pranto
Popular, na Terra, é e arrebenta

Nas rezas bravas perdidas nas tendas.
Urge atos de desconhecido santo
Em benefício daqueles sem renda,
Os quais vivem da cultura de rambo.

A clareza do céu abrilhantando,
Com monótona cor desconhecida,
Mundos, com muitos seres, desumanos.

Ofuscada com todos desenganos
A vida do pobre, a morte em vida?
Sucumbe de sonhos em tristes bandos.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Espelho da Contemplacao



Espelho da Contemplação

És muito mais que a beleza,
Que se admira na doce princesa.
És muito mais que a perseverança,
Por isso te pareces com uma criança.
És muito mais que a amizade,
Por isso vences a maldade.
És muito mais que a sabedoria,
Por isso transmites alegria.
És muito mais que a eternidade,
Por isso tens liberdade.
És muito mais que a flor,
Por isso cantas só amor.

Tua tez é como um sonho,
Que se observa risonho.
Teus olhos são como estrelas brilhantes,
Que se assemelham com diamantes.
Teu coração é como o amor,
Que se vê contemplador.
Teu corpo é como a natureza,
Que só vê beleza.
Tu és mais uma pessoa universo,
Por isso te dedico estes versos.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Amor Perfeito



Amor Perfeito

Amor perfeito
Tem que ser d'alma.
Tem que ser do meu jeito,
Amar com calma
Pra sentir o arfar do peito
E o pulsar do coração.
Mas perfeito mesmo
Tem que vir da alma
E ser sentido com a intensidade
De quem já amou de verdade
E faz feliz na infância
Ou na maioridade.
Chuva lá fora,
Vazio no peito
Só é feliz quem amou
Do meu jeito.
E pra ser sincero,
Prefiro amar loucamente
A odiar sem razão
Sem motivo ou elo.
Amor perfeito
Quero ter
Perto ou longe
Com a alma viver.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Namorada


Namorada


Queria poder te entregar
Meu coração
Mas essa distância
Não permite
Que conclua essa ação.

É tão longe a estrada
Mas vívida na mente
O beijo que toca os lábios
E deixa-os quente.

É tão distante dos olhos
Mas perto da lembrança
Os momentos vividos
Com amor e esperança.

Distância a encurtar
Pra no fim da jornada
O vazio estancar
E num suspiro profundo
Qual leva mais de segundo
Acordar a amada,
Alma que muda meu mundo
Enfim chama-la namorada.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Joia Rara



Joia Rara

Novo alfabeto invento
Pro meu amor expressar
E assim mesmo
Da canção preciso
Até mesmo desenho
Significando tudo isso
Pro mundo mostrar.

Poética forma de dizer amo você
Um dia encontro a perfeição,
Hoje essa é a forma
Romântica e direta
De fazer essa declaração.

De tudo que na vida recordo
Você é a melhor de todas,
Do encontro inesperado
Meu caminho ganhou rumo
E hoje me sinto amado.

Gratidão sinto agora
Meu tesouro infinito,
Joia rara enamorada
Que dia mais bonito.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Olhos Meus



Olhos Meus

Estes olhos
Que se perdem
Nas Furnas,
São meus.
Estes olhos
Que veem uma
Queimada na montanha verde,
Se embaçam.
Estes olhos
Que suportam
O desgaste
Na mata,
São meus e
Choram.
Estes olhos
Dizem adeus
Às águas azuis.
Estes olhos
Cansados,
Se desencantam
Com a vida,
Mas podemos ser
Mais racionais
E acabar com a exploração
Da natureza
De forma descabida
Pelos simples mortais.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Bocaça Linguaruda



Bocaça Linguaruda

Na estrada impávida
Criei memoriais
De bocaça linguaruda.
Se não houvesse silêncio
Não haveria falatório
Errado de ignorantes
Viventes no país da dívida.

Falsas palavras
De cunho desvairado,
Arredondadas pela incompetência
Dos dirigentes do poder
Corruptor de humanidade servil.
Nossa história neutra,
Esquecida nas estantes empoeiradas
De um dia pro outro
Entre demagogia e falsidade.

Importação de cultura até da lua.
Somos o fundo de quintal
Recebedor de lixo
De países desenvolvidos,
Desumanos e malditos.

Perdi coração,
Achei alucinação.
Quantitativamente não,
Não, vivo só ....

Na estrada impávida
Criei memoriais
De bocaça linguaruda
Na esquina um adolescente cheirando cola,
No outro lado da rua
Um anúncio ordenando: Beba Coca-Cola!
Na escola uma gangue de analfabetos ...

Moradores de cortiços atuais,
Frequentam cinemas emporcalhantes de morais.
Ocultadas nas casas familiares
Das cidades, lixeiras imóveis,
A educação borbulhante de soluções erradas.

Palavras de viciados
Confabulando tramoias
De contrabandos noturnos
Desmistificadores de educação paterna.
Terra do pacifismo demolidor de sistemas.

Perdi coração, achei alucinação.
Quantitativamente não,
Não, não vivo só ...

Na estrada impávida
Criei memoriais
De bocaça linguaruda.
A morbidez estonteante
De um cachaceiro
Falador de verdades
Desde que na vida bebeu,
Deixa-me embriagado pela autenticidade.

Diz-que-diz e não faz,
Acumula e não resolve.
Mas também foram vinte anos
Empobrecedores, opressores,
INÚTEIS.

Será realidade
As palavras esperançosas
Ditas em praça pública?
Espero só não precisarmos
Voltar ao ponto de origem ou de desgaste.

Maior que tudo
Que nada vale
Deus foi esquecido
Entre dinheiro e sexo ...
Tudo isto sem pé nem cabeça,
Tudo isto sem nexo.
Adoro-te Pai nosso,
Assim
Perdi coração
Achei alucinação
Quantitativamente não,
Não, não vivo só ...
... Em meio às injustiças.
Lutem! Venceremos ...?


Escrita em 30/08/85