Estórias
Que
situação estranha:
No
quarto,
Uma
hipnotizante aranha.
A porta
que não era porta,
Mas um pedaço
de
Estória,
Em seus
vidros
O sangue,
a morte,
A dengue,
a aids,
Doenças inventadas
Para
consumação de trabalho.
Tudo
acontece
No tempo
em que
A aranha
tece
Sua teia
maligna da verdade,
E um
careca chorando a esmo repete:
Tudo
acontece
Sem que
estejamos preparados.
Na
estante, uma conta a pagar.
No manual,
a distração da leitura.
No caderno,
números a bailar.
E o
carnaval chegando
Modifica
a vida,
Música,
cor, riso,
Tudo
igual nos anos passados,
Uma
alegria superficial:
É a
miséria cantando,
A favela
sambando,
O povo gastando
o que sente falta,
O Brasil
devendo até as calças.
Tudo colorido
e belo,
Tudo
parecendo às mil maravilhas
De verde
e amarelo.